Líderes se reuniram para debater possíveis cenários e mudanças provocadas pela pandemia, como a consolidação da tecnologia
A Associação Brasileira de Agências de Viagens Corporativas (Abracorp) promoveu, nesta terça (27), a sexta edição Fórum Abracorp. O encontro, que contou com grandes nomes do setor, destacou o atual momento de reaquecimento e algumas previsões e expectativas por parte dos líderes.
O encontro, mediado por Ricardo Natale, CEO do Experience Club, teve a presença de:
O momento é de retomada, mas, em alguns destinos e segmentos, ainda há grande dificuldade, como é sentido no campo corporativo. Giestas destaca São Paulo, que atrai grande número de visitantes induzidos pelos eventos, sejam sociais ou de negócios.
“As grandes feiras trazem um público e essas ações estão suspensas. Não voltarão enquanto não houver imunização e é isso que fará com que São Paulo retome sua atuação no setor. A gente está recuperando devagar, sem dar passos para trás”, comenta o CEO da Atlantica.
Chieko concorda com Giestas e chama atenção para a contínua cultura da empresa, que pôde ser alterada com esse novo modelo de trabalho, o home office. “Construímos esse legado por ano e não podemos perder isso em alguns meses. Antes eram os colaboradores da linha de frente quem se reunia. Hoje são os líderes. Os papéis mudaram. Os eventos menores estão retornando aos poucos”, comenta.
Franklin complementa essa visão da cultura citada por Chieko. “Mas e o plano de carreira. Tudo isso fica mais difícil sem esse acompanhamento. As empresas possuem um papel importante na retomada. Temos que mostrar o quão mais seguro é estar em um ambiente profissional. As viagens vão voltar a acontecer. O Turismo doméstico já está crescendo e os viajantes estão começando a descobrir seu próprio país”, destaca.
Rodgerson, por sua vez, entra na linha de raciocínio de Franklin e destaca que as empresas e os profissionais há um importante papel nesse reaquecimento, deixando de lado a maior dependência para com ações governamentais. “O Turismo é feito de pessoas e estamos aqui juntos. Não podemos esperar os outros fazerem as coisas. Temos que liderar e ser protagonistas. Temos capacidade para fazer isso. É ligar para o cliente e falar ‘É tempo de voltar a voar e fazer negócios’. Temos que estimular o mercado”, afirma.
Lasansky ainda ressalta as oportunidades que agir de forma independente pode trazer. “O turismo doméstico veio para ficar no curto prazo. É legal olharmos para o digital, investir em tecnologia e até repensar as opções estratégicas da empresa. A Localiza, por exemplo, anunciou recentemente uma parceria com a Unidas. Crise gera oportunidade. Fica o convite ao otimismo com cautela”, completa.
Cadier, da Latam, declara que, em um cenário dos sonhos, a vacina estaria disponível em janeiro. No entanto, deixa claro que é necessário ser realista e entender que há algumas dificuldades, como a distribuição não tão simples. Após o que ele chama de crise de liquidez, o Turismo entra em uma segunda fase, onde o turismo doméstico ganha força.
“Voltaremos a transportar o mesmo número de passageiros domésticos em breve. Talvez voltemos a ter o mesmo cenário pré-pandemia no ano que vem, com exceção do internacional, que pode demorar um pouco mais. Este é o cenário com o qual a gente trabalha. Vamos entender, também, como ser mais eficiente para que consigamos essa demanda mais rápido e que a curva seja mais aguda do que está sendo atualmente”, comenta.
Chieko, mais uma vez, chama atenção para o ambiente corporativo e destaca que a procura por lazer está sendo destaque com o público mais jovem. “Lazer no sentido que vão trabalhar, mas em um destino de lazer. Podemos pensar em transformar São Paulo em uma Singapura, um destino que todos querem visitar. Esse será o foco. Queremos que as pessoas fiquem com vontade de ir e essa continua sendo a filosofia deles. Cada cidade deve pensar no que vai fazer para que atraia visitantes além do corporativo”, ilustra.
A digitalização foi uma das consequências, até que forçada, da pandemia, conforme aponta Giestas. “A crise colocou a população a experimentar EAD, plataformas de comercialização e e-commerce e 95% desta parcela gostou. O mundo nunca mais será o mesmo, os valores mudaram. Contudo, há coisas que não mudam. Todos querem viajar, ir a restaurantes e participar de eventos. A gente vai voltar a normalidade”, reforça.
Kakinoff, também tomando como gancho a fase em que o País se encontra, aborda o contínuo trabalho com a indústria no geral. “Após a primeira fase de crise financeira, passamos a apoiar a retomada do setor na divulgação ostensiva de como é seguro voar e fazer eventos. Podemos fazer o que fazíamos antes da pandemia, mas com altos patamares de segurança”, avalia.
Rodgerson complementa a ideia e observa que a indústria entrou na crise como um todo. “Estamos no mesmo barco e temos que passar isso juntos. E, para isso, precisamos ser claros e diretos com nossos clientes, fornecedores. Enfim, com toda a indústria. Somos concorrentes, mas agora isso não é prioridade. Todos devem entender que temos de nos unir e ver quais as soluções são viáveis. É preciso vender otimismo”, conta.
Franklin chama atenção para o fato de que os viajantes corporativos estão na ativa e que a tecnologia vem proporcionando cenários que poderiam, até mesmo, ser considerados impensáveis. “Podemos até mesmo vender um carro seminovo pela internet. Isso gera oportunidade. Além disso, o fluxo de viagens corporativas está maior que pré-pandemia, motivada pelas dificuldades aéreas. Isso significa que tem gente viajando”, diz.
O debate está disponível para quem perdeu o debate. Confira!
Fonte: https://brasilturis.com.br/6o-forum-abracorp-destaca-o-hoje-e-o-amanha-do-turismo-corporativo/
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